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Esperança, a qualquer tempo e lugar

24 de March de 2020

Por Maria Rita Pontes, superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce

Em um momento tão difícil para todos nós, no isolamento forçado por um vírus que nos subtrai o calor de um abraço, percebemos que o efeito nocivo do Coronavírus ultrapassa a área da Saúde para atingir em cheio a área Social. Nesse aspecto, os sintomas são igualmente perversos, a exemplo da angústia, que traz com ela desânimo e o terrível sentimento da desesperança. Aflição que pode alcançar não apenas os doentes, mas outros grupos, como os milhões de trabalhadores informais, hoje receosos quanto ao sustento de suas famílias.

Neste cenário de inquietude, como não direcionar o olhar para o céu e, numa espécie de oração, elevar um questionamento a Deus:

– O que Santa Dulce dos Pobres faria nesta situação?

Antes de refletirmos sobre a resposta, vale observar que a pergunta já traz embutida uma boa nova: a certeza de que o sofrimento proveniente dessa angústia já há muito tem sua vacina; e ela está ao alcance de todos.

Irmã Dulce, que a cada dia se sentava no cenáculo da agonia, sem saber ao menos se teria com que alimentar os necessitados que lotavam seu coração, provavelmente estaria agora em oração; em sintonia com Aquele que sempre aliviava sua aflição. E não é que Ele a atendia?

Mas ela também agiria! Acolheria os famintos, os pacientes terminais, os idosos, na certeza de que o Amor cura. Enfim, a equação não poderia ser outra: oração, acompanhada da ação que brota do amor e do serviço ao próximo. Compaixão que passa ainda pelo respeito às orientações dos profissionais da Saúde nesse período de pandemia.

E espelhando-me no exemplo de minha tia, como não sentir também o coração arder pelo dever de oferecer algum alívio a este povo sofrido? Mas o que eu poderia oferecer, além de fé e esperança? Fé de que este tempo passará! E quando ele passar vai nos encontrar mais fortes e unidos! Esperança de um mundo melhor, de seres humanos focados no caminho do Amar e Servir.

Um tempo melhor há de vir! Um tempo onde um abraço será mais valorizado e cada encontro terá uma pitada de sagrado. Um novo tempo que já renasce na entrega sobre-humana dos profissionais das unidades de saúde; heróis que emocionam o mundo ao elevarem, a um novo patamar, a promessa de salvar vidas.

E ao alimentar vocês com esta esperança, tenho certeza de estar seguindo o desejo de Santa Dulce! Bem distante de sua santidade, mas próxima de sua verdade, partilho aqui meu pedido de intercessão a ela por nosso povo querido. Ao mesmo tempo, partilho também a fé firme de suas palavras: “No barco da vida, a gente vai viajando. Quando se tem um comandante como Jesus, a viagem se torna mais fácil, apesar de todos os obstáculos que possam surgir em meio a calmarias e tempestades. É só ter fé, que Ele sempre nos guia até um porto seguro”.

 

Esperança, a qualquer tempo e lugar