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Legado de Irmã Dulce foi tema de debate em Salvador

17 de October de 2014

Uma empreendedora nata, educadora, mãe, filha e irmã amada, anjo e santa, enfim, uma mulher amadurecida na fé que nos ensinou o idioma universal do amor, do serviço e da concórdia. Essas foram algumas das faces que permearam a trajetória de vida da Bem-Aventurada Dulce dos Pobres e que estiveram no centro das discussões da mesa-redonda 100 Anos de Irmã Dulce: Histórias e Relatos, realizada na manhã de ontem (16), no complexo de cinemas UCI Orient do Shopping Iguatemi. Parte integrante das homenagens pelo centenário de nascimento do Anjo Bom, o evento proporcionou ao público momentos memoráveis de contato e imersão no rico universo de ensinamentos deixados pela freira baiana. A cada vivência compartilhada pelos integrantes da mesa, o mesmo sentimento de saudade e carinho disputava espaço com a certeza de sua presença e com a convicção de que sua jornada, mesmo 22 anos após sua morte, continuará sendo um eterno chamado à prática do bem.

O agradável encontro de amigos de Irmã Dulce teve como convidados o professor Antônio Saja, mediador do debate, a escritora Mabel Velloso, o arquiteto e historiador Francisco Senna, a jornalista Cleidiana Ramos e o teólogo e reitor do Santuário da religiosa, frei Vandeí Santana. Na atenta plateia, familiares, devotos e admiradores do Anjo Bom, além de religiosos, voluntários, estudantes, conselheiros e profissionais das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). “Esperamos que esta mesa-redonda seja o passo inicial que venha despertar no seio da nossa sociedade o interesse em mergulhar e compreender cada vez mais o papel modificador de Irmã Dulce nos contextos social, político, cultural, econômico e religioso”, ressaltou a superintendente da OSID, Maria Rita Pontes, durante a acolhida aos participantes.

Repórter especial do jornal A Tarde, a jornalista Cleidiana Ramos trouxe ao encontro um pouco da experiência de quem já acompanha a história da religiosa desde a abertura do processo de Canonização. “Quando a gente pensa que já falou tudo sobre a vida de Irmã Dulce, sempre surge uma boa história que merece ser contada. Ela me ensinou uma forma diferente de fazer jornalismo. Irmã Dulce também transcende o conceito de religião. Ela é a religiosidade, com admiradores em todas as crenças”. Para o historiador Francisco Senna, a caminhada da Mãe dos Pobres é a representação viva de sua santidade. “O grande milagre dela é a OSID. Irmã Dulce é virtude, é ação, é a nossa santa”, declarou.  

“Se a caridade tivesse tamanho e forma e fala e vestes, eu tenho certeza, seria assim, como Irmã Dulce, em cada gesto”. Com essas palavras, a escritora Mabel Velloso brindou o público com histórias deliciosas sobre a Bem-Aventurada, relembrando os tempos em que estudava no antigo Colégio Santa Bernadete, onde a freira trabalhava como professora. “Irmã Dulce acreditava na vida e passou sua existência transformando água em vinho, levando alegria para as pessoas”. Mediador do encontro, o professor Antônio Saja conclamou todos a ver, nos passos de amor do Anjo, uma oportunidade e um chamado de reavaliação do propósito de vida de cada um. “Irmã Dulce é mais que uma personalidade. Para mim, ela é uma causa. E mais, ela deixou-se viver pela novidade do Evangelho, uma mulher que soube amar e se deixou amar”.

Em um relato singular sobre a jornada da Mãe dos Pobres, frei Vandeí Santana, reitor do Santuário da Bem-Aventurada, relacionou a vida e a missão da freira baiana com passagens do Antigo e do Novo Testamento. “Ela foi uma mulher que assumiu a missão de libertar o seu povo. A grande veneração que podemos fazer por Irmã Dulce, é fazendo o que ela sempre fez: ver o Cristo no irmão que está precisando”. Entusiasmado com o debate, o assessor de Memória e Cultura das Obras, Osvaldo Gouveia, comemorou o resultado do evento: “Provocamos um outro patamar de reflexão sobre Dulce dos Pobres, com o olhar de cada um dos integrantes da mesa e o público. A beata foi uma mulher à frente do seu tempo, com várias facetas: religiosa, empreendedora, mística, de ação social e mãe dos desassistidos, entre outros papéis”.

Ao final do encontro, uma mesma sensação pairava sobre o público: a mesa-redonda 100 Anos de Irmã Dulce: Histórias e Relatos foi um marco ao ir além do debate e da reflexão sobre a jornada de quem entregou a vida em favor dos mais necessitados. Foi um marco por permitir, mesmo após o desligar dos microfones e das luzes, que o debate continuasse mais vivo do que nunca, só que dessa vez no coração de quem foi ao shopping não para sentir saudades, mas para um encontro marcado com Dulce.

Legado de Irmã Dulce foi tema de debate em Salvador